30 abril 2010

para além/uma questão de... prioridades (com Prof. Marcelo a recordar).

Foi um regresso à faculdade, um misto de recordação com expectativa. Boas recordações aquelas, dos cafés da rua, do caminho percorrido até à faculdade, os chineses, os marroquinos, e a mesquita que se enche todas as sextas-feiras. E a expectativa de ouvir o Prof. Marcelo, num tema em que tem anos e anos de experiência: "Afinal para que serve a política?"

Fica o agradecimento à Carina (CM), que permitiu este regresso :)

Não sei quantos lugares tem aquele anfiteatro, mas estava praticamente cheio. Jovens estudantes de economia, gestão e direito, que esperavam por uma mensagem de incentivo a essa coisa difícil que é a participação na vida política.

A exposição ao tema começou pelo tema do "que é a política", numa boa analogia com a economia, na mais que evidente escassez de recursos e alocação dos mesmos: o conflito! (gostava de um dia fazer um post sobre isto)

A participação das gerações de 80 e 90 que se perderam no poder adquirido da geração do 25 de Abril, a origem dos conflitos políticos (que são em grande maioria provocados por "desavenças" pessoais), e as perguntas que se iam encadeando na minha cabeça para provocar alguma discussão no final fizeram destas horinhas um tempo muito bem empregue. (não tive oportunidade de fazer as perguntas, mas quem sabe daqui a um tempo volte a elas, pessoalmente e em Estremoz, quem sabe...)

Mas o mais importante, para mim, estava longe de ser uma novidade, situou-se naquele campo das verdades que precisam de ser recordadas de tempos a tempos e para mim já são absolutas: apostem primeiro na vossa vida profissional e só depois na política. Isto por uma simples razão, afastar os desígnios da nossa vida futura, da dependência de qualquer tipo de aparelho, do mais pequeno para o maior, o partidário e o estatal.

E muita gente sabe o que isto custa (ia até usar a expressão: só Deus sabe...): antipatias, o diz que disse (mesmo quando nada se diz), entre outras bem menos evidentes e que minam a vontade de uma participação política mais activa.

Mas é a forma correcta de o fazer, saber dizer não quando é não, e saber dizer sim, mesmo quando muitos dizem que não. A ambos os casos se aplica o vice-versa.

O resto das considerações sobre esta difícil facilidade que é pensar pela própria cabeça e agir política e publicamente da mesma forma, deixo a quem tiver paciência para ler e pensar sobre isto.

1 comentário:

Carina disse...

Antes de mais, obrigada pela companhia :)
Devo dizer que o auditório tem cerca de 560 lugares, estava, sim, praticamente cheio, e pelo que tenho ouvido toda a gente gostou bastante.

Quanto a mim, fiquei com o bichinho. É impossível não ficar! Coisas que não se fazem, coisas que se fazem da forma errada, sempre pelas mesmas pessoas, sempre com os mesmos interesses. A questão é que, como dizes, a mensagem essencial não é novidade, é uma verdade de que todos temos (penso eu) a noção - depender economicamente de uma participação política faz-nos depender de ideais partidários, estatais e muitas vezes pessoais, externos a nós... ao fim de algum tempo, poucas mentes não ficam formatadas. Aliás, mesmo que não fiquem as mentes, ficam as atitudes, que no fundo é o que interessa.
Ficou o bichinho de mudar as coisas, ou pelo menos contribuir para essa mudança, mostrar que é possível. Acredito que tenha ficado também em ti (sei que sim!) e numa boa percentagem do resto das pessoas que assistiram, pois de certeza que, destes, pelo menos alguns farão realmente alguma coisa. Há que ser optimista!