18 julho 2009

Liberalismo

E Popper continuava a sua defesa do liberalismo. Eu revejo-me.

A célebre teoria sobre a assimetria dos enunciados universais utilizada também para o mote ao livro do Nicholas Taleb:

"enquanto nenhum número finito de observações (positivas) permite validar definitivamente um enunciado universal, basta uma observação (negativa) para o invalidar ou refutar".

Por isso nunca podemos afirmar (utilizando o célebre exemplo), que todos os cisnes são brancos, por mais cisnes brancos que possamos encontrar, "só" porque amanhã podemos encontrar um cisne preto. Ou seja, basta encontrar um cisne preto para refutarmos o enunciado universal "todos os cisnes são brancos".

Popper era assim, um cientista, que aplicava o seu conhecimento à realidade. Desde racionalismos críticos, dogmáticos, engenharias sociais (utópicas ou parcelares), positivismos éticos ou relativismos.

Eu gostei da crítica ao historicismo e ao desmontar de todas as teorias que condicionam o indivíduo na sua liberdade individual de pensamento. E aqui entra o Comunismo, uma espécie de profecia anunciada acerca do sentido inevitável da história. Eu, como Popper, desconfio de todas as teorias que afirmam aquilo que vai acontecer, como deve acontecer, e como nos devemos comportar.

"é o caso flagrante do marxismo, que profetizou o advento inexorável do socialismo e do comunismo sem lhe atribuir um horizonte temporal definido - e, simultaneamente, reclamando estatuto científico para essa profecia. Mas esta profecia não pode ter carácter científico, argumentou Popper, porque nenhum teste - que, quando ocorrer, ocorrerá sempre no presente - pode refutar uma teoria que anuncia a sua concretização sempre para o futuro". João Carlos Espada

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