21 maio 2009

no fundo? vamos para onde? como?

Por mais que se queira anunciar o fim do aumento do desemprego este ainda está longe, por várias razões. É daquelas coisas difíceis de contrariar.

Desemprego. Em quase todos (talvez todos), os estudos comparativos entre as variáveis PIB e desemprego, constatou-se a evidência de uma relação, um desfasamento temporal. Este desfasamento temporal diz-nos que quando o PIB (criação de riqueza), já se encontra em fase descendente, o desemprego ainda reage lentamente a esta alteração, e o mesmo quando a relação é a inversa.

Já a crise tinha começado e toda a gente gastava como se a situação fosse de "crescimento", era aqui que devia ter começado a intervenção do estado (mas não, só começou quando apareceram os números do desemprego, quando os bancos faliram). Erros atrás de erros. Será que aqueles senhores percebem de economia? Acredito que percebam, mas andavam distraidos certamente... só pode! Menosprezaram os números? Foi de surpresa? Agora estão a fazer o mesmo (já digo porquê).

Não consigo quantificar este desfasamento, se de alguns trimestes, de semestres... mas vamos ter de esperar que os sinais de estabilização da economia apareçam para que se vislumbre a solução do desemprego, até lá é aguentar (sim, o desemprego vai aumentar mais!!), e reestruturar, "preparar as tropas".

Só não percebo porque é que isso não está a ser feito. Porque digo isto?

O único momento em que Portugal começou a "convergir" com os países da UE foi quando todos entraram em recessão... e conseguímo-nos orgulhar disso!

Segundo as previsões do International Monetary Fund, no World Economic Outlook de Abril, Portugal vai andar taco-a-taco na taxa de (de)crescimento do PIB para 2009, vai melhorar em 2010 (mas já longe dos países com quem realmente competimos e com queremos competir - Eslováquia, Eslovénia Chipre e Malta -, segundo o nosso Ministro da Economia) e... Surpresa das surpresas, quando toda a economia recuperar, temos previsões de crescimento do PIB de menos de metade dos países atrás referidos e também menores que todos os outros países da UE. Resumindo, temos mesmo a pior previsão para a taxa de crescimento até 2014.

Nessa altura (para dar alguns dados), o Chipre estará a a crescer a 3,3%, Eslováquia a 4,2%, Eslovénia a 3,5%, Espanha a 2%, Grécia a 2,5%, Irlanda (o caso perdido de hoje) a 2,6%.

Agora podem-me dizer, são só previsões. Mas o menor dos males nas descidas do PIB que tanto orgulham o nossos ministros também o são.

Só não sei se estes dados incluem já os valores das grandes obras públicas que andamos a programar... Porque se não incluírem bem podemos rever as previsões de crescimento, em baixa, por uma razão muito simples: vêm aí o aumento de impostos (nessa altura já sem o nosso PM para responder por isso). Aqui também há o problema do desfasamento, mas entre a decisão e a responsabilização (de todas as consequências).

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