30 novembro 2010

Sabedoria Popular

Desde pequena que digo, e oiço dizer, que “o contrário do amor não é o ódio mas sim o desprezo”. Sabedoria popular. Nunca pensei muito nisso mas repetia-o com convicção sempre que o assunto em causa mo permitia. “O contrário do amor não é o ódio mas sim o desprezo”! Encontrei finalmente um argumentário à altura.

Há uns dias, percebi que precisava de ler e fui à Fnac. Leve quatro, pague três… irresistível! Um dos livros chama-se Blink! e é escrito por Malcolm Gladwell, considerado por alguns o “pensador mais influente do Mundo”. Interessante, chamou-me a atenção. Estou convencida, pelas primeiras cinquenta páginas, que o objectivo é, mais que convencer, mostrar ao leitor, através de argumentos teóricos e exemplos/experiências científicas, que as melhores decisões e avaliações podem ser as efectuadas nos primeiros instantes, ao invés daquelas que pensamos de forma ponderada, demorada e racional. Instinto? Não, tem a ver com um tal de “inconsciente adaptativo” e uma série de ligações entre uma série de neurónios. Perdoem-me a ignorância.

Ora bem, John Gottman é especialista em psicologia e matemática, autor do livro The Mathematics of Divorce. Assim sendo, levou a cabo inúmeras experiências e chegou à conclusão que podemos reconhecer com uma elevada percentagem de precisão os casais que se vão divorciar num futuro de curto/médio prazo através de observações de pequenos vídeos (3 a 15 minutos) em que estes discutem um qualquer assunto. Basta “cortar em fatias finas” (não vou explicar. Leiam!). Procurando sinais específicos, como o típico revirar de olhos, e associando-os a determinados SPAFFs (afectos) – defesa, reserva, choro, neutralidade, raiva, aversão ou desprezo - , facilmente percepcionamos padrões de personalidade e relacionamento que, conjugados, nos possibilitam concluir se essas duas pessoas se vão ou não “suportar” durante muito tempo.

Ora bem, de acordo com o autor, o desprezo é o factor X. O desprezo, intimamente relacionado com a aversão, implicam tal como ela a rejeição total de uma pessoa. “O desprezo é especial. (...) é o sinal individual mais importante de que o casamento está com problemas” - continuado, levará indubitavelmente, mais depressa ou mais devagar, ao final de uma relação.

Agora, faz todo o sentido.

09 novembro 2010

Quando ficamos só num ponto.

Em tudo. É difícil perceber qual o espaço que vai entre o fim e o início. Fora os trocadilhos com o princípio do fim, ou o fim que nem chegou a ser um principio. Qual é o tempo que decorre? Temporalmente. Tem marcos?

Depois perguntam se o início de uma coisa tem de ser o fim de qualquer outra. Procuram-se respostas. Sim, tem tudo a ver com isso. Com tudo, precisamente. Do mais complexo, do mais racional. Do mais simples, do mais emotivo. Da conjugação dos dois.

Termina o dia, começa a noite. Termina a noite, começa o dia. Tudo tem um fim. Volto ao início deste texto. Não cheguei ao fim da questão inicial. Qual é o espaço entre os dois?

(já tinha saudades disto. E de outras coisas também)