No passado dia 10 de Maio, o Presidente da República recebeu dez ex-ministros para debater com eles a situação actual do país. Falei nisto no post anterior, confesso que estava realmente curiosa (mais: esperançosa!) com o resultado de tal encontro. Afinal, são todos eles políticos e economistas com experiência e reputação, possuidores de um know-how invejável. Assim, dia dez à tarde procurei novidades nas notícias... não encontrei nada. Ontem, dia onze, voltei a procurar. Nada.
Para além das reacções de Francisco Louçã e Alberto João Jardim (tão longe e tão perto...), semelhantes pela crítica comum - os ex-ministros em causa são os "pais do défice", "co-responsáveis pelo estado do país" -, tipicamente nada construtiva, pouco se falou no assunto, pelo menos que eu desse conta, e do que se falou pouco ou nada se ficou a saber acerca das conclusões a que chegaram.
Segundo notícia do Jornal de Negócios, o grupo afirmou uma "profunda preocupação" com a situação actual portuguesa e defendeu "decisões adequadas e urgentes" para ultrapassar essa dita situação. Quando digo que não encontrei nada, quero dizer mais precisamente que não encontrei nada de novo. Que os senhores em questão estão preocupados com o estado das coisas e que têm a perfeita noção que é preciso fazer qualquer coisa (muitas coisas, possivelmente) eficiente e urgentemente, já eu calculava.
Quero acreditar que chegaram a conclusões e tiveram boas ideias. Se não eles, quem?! Chateia-me, portanto, que não passem cá para fora essa informação. Como disse Vítor Constâncio, e muito bem, "o tempo tornou-se um luxo". Já passaram quase dois dias, não será altura para se debaterem as ditas medidas "adequadas e urgentes"?
Eu sei que têm sido dias intensos. O Benfica foi campeão, o Papa veio a Portugal... Enfim. Não querendo tirar importância a nenhum destes eventos, até porque constato que são de extremo interesse para a maioria da população portuguesa - basta dar uma olhadela no número de visualizações e comentários que mereceram nos jornais on-line, face a quaisquer notícias políticas ou económicas dos últimos tempos -, tenho que concluir e relembrar que, como nem vivemos de futebol (muito menos das vitórias do Benfica!) nem acreditamos, à partida, que as nossas finanças sejam susceptíveis de milagres, talvez seja uma óptima ideia voltar a olhar para a crise que temos em mãos. Digo eu!
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