A arte de bem falar, de conquistar o público, de ser um salvador de crise é tanto maior quanto mais indecifrável for a sua forma de falar e/ou escrever...
Fomos habituados a confiar naqueles que "mais sabem", ou seja, que nas suas justificações nos conseguem baralhar com o número de referências a livros do arco da velha, a ditados que não são mais que constatações práticas da época em que alguém teve a felicidade de os proferir.
Hoje toda a gente tem a certeza que o passado pouco explica do futuro! Não é evidente?
Tentamos explicar as variações económicas com base em regressões lineares de factos passados e ainda com efeitos ceteris paribus! Parece-me demasiado... incompleto!
Estude-se o fenómeo da incerteza e deixem de tentar explicar a incerteza depois de ela já ser uma certeza.
Assuma-se de uma vez por todas que a economia não é uma ciência exacta, que todos os dados que são "lançados" nos nossos meios de comunicação têm sempre um fim último, fim esse que não foi o "mercado" que decidiu...
Assuma-se que aquilo que se escreveu no século passado não é hoje em dia verdade. Eu sei que podemos pegar em livros, os mesmos da arca da velha que referi, e dizer que ainda são actuais. Porquê? Porque falam de pessoas, das suas necessidade sociais... essas não mudam. A forma como as tentam alcançar sim...
Assuma-se que o diálogo capitalismo/socialismo é demasiado redutor e apenas serve o propósito daqueles que ganham a vida a falar sobre eles, falar...
Assuma-se que todos nós contestamos os políticos e na hora de usar um argumento, recorremos ao velho duelo entre esquerda e direita... "Tu és de esquerda!" Eles apenas o dizem por outras palavras...
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