06 dezembro 2009

Virados para o mar

Será que em todas as análises estratégicas que se fizeram do TGV e Aeroporto de Alcochete, alguém pensou que fazer as duas coisas podia ser um enorme erro?

Não me enquandro no grupo que o nosso PM classifica de "bota-abaixismo", mas há coisas que são mesmo de modas, principalmente quando falta orientação estratégica!

Portugal está neste momento virado para o mar, mas a olhar para trás. O que é que isto quer dizer? Que estamos de frente para o mar, mas a olhar para Madrid, e de calças em baixo... É verdade, e estamos a gostar!

Queremos o TGV para ligar a Madrid, e queremos um aeroporto igual ao de Madrid. Ou temos capacidade de diferenciação no preço e na oferta do novo aeroporto, ou corremos o risco de ser mais vantajoso para qualquer pessoa que chega à peninsula ibérica preferir ir a Madrid e depois aproveitar o TGV para chegar a Portugal. E o caminho inverso? No money, no... vocês sabem.

Isto de fazer as coisas só para dizer que temos é assim.

Acho que posso resumir: qual a estratégia para enquadrar estes dois investimentos estruturantes (dizem eles), no panorama Ibérico de forma a tornarem-se também diferenciadores e potenciadores de valor acrescentado para Portugal? É que parece-me que esses senhores acham que só por se fazer já é bom... Não chega!

Ao mesmo tempo continua a aparecer gente a dizer que Portugal tem é de virar-se para o mar, afinal de contas, muitas das coisas que vêm do continente com a maior economia do mundo, podem bater primeiro em Portugal. Podem? Se tivermos condições para isso. Mas o investimento continua a ser muito, mas muito, menor que em todas as outras "modas".

Eu não me importo de virar para o mar, mas vamos parar de baixar as calças sff...

Quando puder faço uma análise mais detalhada, mas alguém que pense nisto! Já chega de afundar o país só porque queremos dar uns trocos aos amigos ou ficar bem na fotografia da estratégia Ibérica ou Europeia.

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